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Live Abracorp trata de legislação e comportamento

Live Abracorp trata de legislação e comportamento

Série de live Abracorp: Retomada

A Abracorp – Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas prossegue a série ‘Retomada’, por meio de Live que discute questões relevantes nas relações de trabalho entre empresas e seus colaboradores. E, também, comportamentais.

Dr. Claudio Pereira Junior, advogado trabalhista; e Ricardo Tasinato, da Interathiva Educação Corporativa, foram mediados por Gervasio Tanabe, presidente executivo da Abracorp. Na abertura, Tanabe salientou que “temos sentido um clima de retomada, embora muito tênue em comparação com a movimentação antes da pandemia. Ainda há um caminho duro e longo pela frente. E tudo passa pela confiança do viajante”.

Ricardo Tasinato assinala que antes da pandemia, apenas 47% das empresas tinham experiência em home-office. E depois, 100% delas aderiram ao expediente. “Durante cinco meses, as pessoas em home-office tiveram que conviver com todos os ruídos naturais do ambiente doméstico – choro de crianças, latidos de cães, entre outros”.

Tasinato diz que, quando a retomada se esboça, nota-se algumas aflições. E lembra que, na quarentena, cresceu muito a procura por psicoterapia. “Como é que nós, do RH das empresas, estamos enxergando as pessoas do nosso time? Eu, como colaborador, tenho meus medos, minhas emoções. Quem está cuidando de mim?” – indaga.

Dr. Cláudio Pereira Jr., advogado trabalhista cujo escritório presta assessoria jurídica para a Abracorp, diz que, de fato, chegou a hora da volta às atividades presenciais. “É preciso harmonizar o individual e o institucional. Passar segurança para o colaborador. A volta tem de ser preparada e subsidiada, com garantia de um ambiente de trabalho seguro. Porém, com a convicção de que nada vai ser como antes”.

O advogado lembra que o estado de pandemia se instalou do dia pra noite. E que ninguém esperava que tudo iria se prolongar como se prolongou. “Depois de cinco meses, as pessoas já tinham se acostumado à rotina do home-office, dado o poder de adaptação do ser humano”.

Acrescenta que, para muitos, trabalhar sem precisar sair de casa implicou em melhoria da qualidade de vida. Mas isso está se esgotando. Então é necessário estimular o funcionário, nesse processo de volta. Há que se levar em conta valores institucionais e valores pessoais. Na retomada, só os grupos de risco devem ser tratados como exceção.

Ricardo Tasinato recomenda a retomada de forma híbrida – dois dias em casa, três no escritório; um grupo de pessoas trabalha numa semana; um grupo na outra… “Há pessoas que não suportam mais ficar em casa. E querem vir para o escritório. Então, que se comece com as pessoas que estão a fim de ir. O líder, o executivo maior precisam dar o exemplo. Dialogar com as pessoas. O medo é fantasioso e está naquilo que a pessoa não está conseguindo enxergar”, pondera.

Dr. Claudio explica que “quando em home-office, do ponto de vista trabalhista, deve haver regras e procedimentos… para se evitar alegações de uma parte ou de outra. O risco de contágio existe, em qualquer formato. Em home-office, o sujeito sai, vai à vendinha da esquina… e nessa pode se contaminar”.

Diante disso, sustenta que, na retomada, as agências precisam criar procedimentos rígidos e objetivos – sanitização, máscaras, distanciamento, etc. Ou seja: é necessário estabelecer rotinas formalizadas. Não adianta criar todo o aparato no escritório e relaxar na hora das refeições. Há que se vedar o uso compartilhado de copos, canecas, entre outros”.

Ricardo Tasinato, ao abordar a questão da comunicação, diz que o objetivo maior é garantir proteção contra o coronavírus. “Temos de olhar para o nosso negócio na perspectiva das pessoas. Cabe promover micro reuniões, para saber como está o estado de ânimo das pessoas. Falar do que pode e do que não pode. Criar uma nova regra de convivência, fazer acordos, pois a partir disso, começa-se a implantar uma nova cultura”.

Para ele, o gestor tem de ser muito mais observador, se aproximar do colaborador – e não esperar o colaborador se aproximar dele. “Dizer que ‘as portas estão abertas’ é meio fake. A comunicação tem de ser clara, transparente. Participativa, não imposta. E assim, com o passar do tempo, essas reuniões vão se tornar desnecessárias, porque todos entenderam a regra do jogo”, ressalta. Em relação ao cliente, assegura que as empresas que cuidam muito bem dos seus, inspiram confiança, mostram o exemplo.

Tanabe indaga ao Dr. Cláudio a hipótese de a empresa liberar o funcionário para viajar e, na volta, ele alegar que pegou Covid. O advogado esclarece que a nova legislação trabalhista estabelece que não se pode fazer alegações sem provas, sob o risco de ter de pagar o advogado da parte contrária. É o ônus da prova. Em se tratando de pandemia, não se consegue provar onde se pegou o vírus. Daí a existência dos protocolos, etc.

“O fato é que não tem cabimento o colaborador tentar tirar proveito da situação para auferir vantagens. Por isso, de haver a chancela do médico do trabalho das empresas”, enfatiza. Em complemento, Ricardo Tasinato acrescenta que “se todo mundo cumpre o que foi acordado, não vejo possibilidade da evocação de danos morais”.

Gravada, a integra da live “Desafios Comportamentais e Trabalhistas em Tempos de Pandemia” está disponível no Canal Abracorp Oficial do YouTube, compondo a série Retomada. Vale conferir!