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Programa de Coleta Seletiva de Santo André celebra 25 anos com importantes avanços

Programa de Coleta Seletiva de Santo André celebra 25 anos com importantes avanços

Pioneira no ABC, iniciativa permitiu que mais de 200 mil toneladas de recicláveis fossem reaproveitadas e deixassem de ir para o Aterro Sanitário Municipal

Foi em 1997, na Vila Pires, que Santo André começou o projeto piloto para implantar o Programa de Coleta Seletiva. O município tornou-se o primeiro da região do ABC a ter o serviço de coleta de resíduos secos porta a porta, permitindo que mais de 200 mil toneladas de metal, papelão, plástico e vidro fossem reaproveitadas pelas indústrias, evitando que esses materiais comprometessem a vida útil do Aterro Sanitário Municipal.

Ao longo desses anos, o trabalho, executado pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) desde 1999, passou por importantes transformações, avanços e inovações. Em 2000, a coleta seletiva já ocorria em 100% do município. Com isso, Santo André foi a primeira cidade do Estado de São Paulo a ter o serviço em todo o seu território.

A partir de 2017, o índice de reaproveitamento de recicláveis, que estava em 12%, triplicou. Isso foi possível pelo aumento do número de Estações de Coleta, campanhas educativas e implantação de programas socioambientais, como o Moeda Verde (que incentiva a troca de recicláveis em comunidades por frutas, legumes e verduras), Moeda Pet (que possibilita a troca de garrafas plásticas por ração para cães e gatos) e o Meu Condomínio Recicla (que fortalece a separação de resíduos em prédios residenciais, que são grandes geradores).

“A coleta seletiva é marca de excelência do serviço na nossa cidade. Movimenta as cooperativas, gera emprego e renda e faz de Santo André referência em inovação e sustentabilidade. Desta iniciativa, outros importantes programas saíram do papel, como o Moeda Verde, que troca recicláveis por alimentos, e o Moeda Pet, que troca garrafas PET por ração animal”, destaca o prefeito Paulo Serra.

O coletor Marinaldo do Espírito Santo, de 48 anos, trabalha praticamente desde o início da implantação da coleta seletiva porta a porta e até hoje recolhe materiais das ruas, percorrendo, em média, 30 quilômetros por dia. Segundo ele, a transformação do cenário foi significativa. “Antigamente era pouca gente que separava, hoje já melhorou muito e está mais organizado. O meu trabalho melhora a cidade e a limpeza, por isso tenho orgulho. Se fosse tudo misturado no lixo orgânico, o aterro já não teria suportado”, comenta.

Para ampliar ainda mais a reciclagem, no fim deste ano, Santo André entregará mais 10 Estações de Coleta à população, chegando a 30 ecopontos para receber resíduos recicláveis, madeira, eletroeletrônicos, entulho, móveis, pneus e estofados.

“Esses equipamentos, que são públicos, incentivam o descarte correto dos materiais, ajudam a aumentar a vida útil do aterro e possibilitam que o Semasa possa economizar recursos que seriam gastos com a limpeza de pontos de descarte irregular de resíduos, podendo investir em iniciativas para melhorar ainda mais a gestão de resíduos sólidos”, explica o superintendente do Semasa, Gilvan Junior. Com as novas unidades, Santo André será a cidade brasileira com a maior rede de ecopontos, proporcionalmente à sua população.

Outra ação fundamental para otimizar a gestão de resíduos foi a assinatura do contrato com as cooperativas de reciclagem que atuam em Santo André – a Coopcicla e a Cidade Limpa, o que permitiu a regulamentação e oficialização de suas operações. O contrato estabeleceu direitos e deveres entre as partes, com base na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Com isso, as cooperativas passaram a ser recompensadas pelo município, com um pagamento extra de R$ 45,12 para cada tonelada de recicláveis que deixa de ser aterrada. À época, ficou acordado que o percentual de rejeitos não deveria ser superior a 30% do volume triado.

As cooperativas empregam mais de 100 pessoas que fazem a recepção, triagem, compactação e venda de recicláveis às indústrias. Por ano, o Semasa coleta mais de 11,4 mil toneladas de resíduos secos. “É o lixo, mas foi dali que a gente levantou muita gente. Não só eu, como várias famílias que estão aqui dentro e precisam desse trabalho. Nosso trabalho também é importante, nós estamos ajudando o meio ambiente. Então, precisamos também que as pessoas colaborem com a gente”, pontua Sandra Maria, cooperada há 16 anos da Coopcicla.

O caminhão de coleta seletiva passa uma vez por semana em todo o território, com exceção dos bairros Centro e Casa Branca, onde o veículo circula diariamente, devido à grande geração de resíduos. No site do Semasa (www.semasa.sp.gov.br) é possível consultar os dias e horários da execução do serviço. Na plataforma também estão disponíveis os endereços das 20 Estações de Coleta que existem até o momento.

| Texto: Susi Elena

| Fotos: Divulgação/Semasa