Seis meses sem celular na sala de aula mostram salto no foco, interação e bem-estar

Seis meses sem celular na sala de aula mostram salto no foco, interação e bem-estar

Colégio Adventista do ABCDM e Litoral Paulista analisa desempenho escolar no primeiro semestre

Desde o começo do ano letivo, a Lei 15.100/25, que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos portáteis durante as aulas das escolas públicas e privadas, foi aplicada nas unidades do Colégio Adventista do ABCDM e Litoral Paulista. Passados seis meses, os resultados foram positivos. Alunos mais concentrados, socialmente ativos e com melhor desempenho acadêmico. A mudança, inspirada pela nova legislação estadual, vem mostrando que menos tempo nas telas pode significar mais qualidade na educação e nas relações dentro da escola.

“Notamos uma melhora significativa na concentração dos alunos. Eles estão mais presentes, mais atentos e participativos. Sem a distração constante das telas, conseguimos aprofundar o vínculo entre professor e estudante, o que se reflete diretamente na qualidade do aprendizado”, afirma Cleyton Guimarães Costa, diretor-geral do colégio.

Os recreios também mudaram. Onde antes reinava a individualidade, cabeça baixa e olhos atentos nas telas, agora há rodas de conversa, brincadeiras e jogos coletivos. “A socialização voltou a acontecer de forma natural. Os estudantes redescobriram o prazer de estar juntos e isso tem um efeito enorme sobre o clima escolar e o bem-estar emocional”, complementa o diretor.

A medida também tem respaldo científico. Um estudo publicado em abril de 2023 na revista BMC Psychology, que analisou 50 artigos sobre tempo de tela e saúde mental de adolescentes, apontou que o uso excessivo de telas está diretamente associado a sintomas de ansiedade, depressão e redução do bem-estar emocional, especialmente entre meninas. 

O estudo também indica que o uso frequente de celulares durante os dias úteis compromete o foco e a autorregulação, fatores essenciais para o bom desempenho escolar. A redução do tempo de exposição aos celulares, portanto, representa um avanço importante no cuidado integral com os estudantes.

Para Cleyton, a decisão vai além de uma simples proibição. “Mais do que limitar o uso do celular, queremos promover o uso consciente da tecnologia. A escola precisa ser um espaço de conexão humana, de troca, de escuta. Essa medida tem nos ajudado a fortalecer vínculos e cultivar um ambiente onde o aluno se sente visto, acolhido e verdadeiramente engajado”, finaliza. 

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