Festas de fim de ano aumentam casos de lesões ortopédicas
À medida que dezembro avança e o clima de celebração toma conta das pessoas, hospitais e prontos-socorros de todo o país registram um padrão que se repete todos os anos: o crescimento do número de pacientes com lesões ortopédicas típicas do período natalino e do Réveillon. Os motivos são diversos, como viagens prolongadas, danças animadas e até quedas ocasionadas pelo excesso de álcool.

Segundo o ortopedista Marcelo Ruck, do Hospital Santa Casa de Mauá, os fatores característicos dessa época, a rotina alterada e as atividades físicas atípicas funcionam como um gatilho para dores, entorses e fraturas. “As pessoas tendem a fazer movimentos que não estão acostumadas, usar calçados inadequados e se expor a situações de risco. É a combinação perfeita para acidentes”, explica o ortopedista.

Entre as lesões mais frequentes está a entorse de tornozelo, que geralmente ocorre pelo uso de salto alto, correria para organizar a casa, danças mais intensas ou brincadeiras em terrenos irregulares, como a areia da praia. Em seguida, aparecem os casos de lombalgia, impulsionados por viagens longas de carro, horas em pé preparando ceias e mudanças na rotina de sono, muitas vezes passadas em colchões improvisados ou sofás durante as viagens.

Também são comuns as dores cervicais e o torcicolo, frequentemente relacionados ao uso excessivo de celulares, especialmente na troca de mensagens e gravação de vídeos durante as festas. Já os joelhos sofrem com práticas esportivas de última hora, como a tradicional “pelada” entre amigos ou partidas de vôlei de praia que exigem esforço maior de quem não está preparado fisicamente.
Outro ponto de atenção é o aumento de quedas com fraturas, sobretudo entre idosos. Pisos molhados, escadas e desníveis são potenciais de risco quando combinados com a agitação das festas ou ao consumo de bebidas alcoólicas. As fraturas mais recorrentes são de punho, ombro e quadril.
As tendinites e bursites também são frequentes nesta época do ano, especialmente em ombros e cotovelos, decorrentes do excesso de peso ao carregar sacolas, arrastar móveis ou realizar movimentos repetitivos durante a organização das festas. Já a fascite plantar, dor na sola do pé, costuma surgir após longos períodos usando chinelos ou sandálias sem apoio adequado, comuns nos dias mais quentes.
Além disso, aumentam as lesões relacionadas ao manuseio de fogos de artifício, que vão desde queimaduras leves até danos graves nas mãos em casos de explosões.
Para prevenir muitas dessas lesões, o ortopedista recomenda evitar calçados instáveis, fazer pausas durante viagens longas de carro, manter a postura correta ao levantar objetos e redobrar os cuidados com o consumo de álcool e com o manuseio de fogos de artifício. Já nas atividades físicas improvisadas, o ideal é realizar alongamentos antes e respeitar os limites do corpo.
O Hospital Santa Casa de Mauá está localizado na Avenida Dom José Gaspar, 1374 – Vila Assis – Mauá – fone (11) 2198-8300. https://santacasamaua.org.br/ .