Psoríase pode ser confundida com o eczema, atrasar o tratamento e agravar os sintomas

Psoríase pode ser confundida com o eczema, atrasar o tratamento e agravar os sintomas

No dia 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial da Psoríase, uma data que visa ampliar a conscientização sobre uma das doenças de pele mais comuns e cercada de desinformação. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que no Brasil 5 milhões de pessoas convivam com a patologia.

Além do impacto físico, a doença tem reflexos significativos na saúde emocional. Um levantamento da OMS mostra que o Brasil lidera o ranking mundial de transtornos de ansiedade e do estresse psicológico, um dos fatores desencadeantes das crises de psoríase.

De caráter crônico, inflamatório e autoimune, a doença provoca o surgimento de lesões avermelhadas e descamativas que podem aparecer em diversas regiões do corpo, como cotovelos, joelhos, couro cabeludo e costas. Apesar da sua aparência, a condição não é contagiosa.

Segundo o dermatologista Antonio Lui, do Hospital Santa Casa de Mauá, as causas não são totalmente conhecidas, mas há relação com a hereditariedade. “A ansiedade e o estresse alteram o funcionamento do sistema imunológico e do sono, que refletem na saúde da pele. Controlar as emoções é uma forma de prevenir as crises”, orienta o especialista.

O médico chama a atenção para o diagnóstico que, muitas vezes pode ser equivocado e confundido com o eczema ou dermatite atópica por também causar inflamação e coceira. “As duas doenças têm mecanismos distintos. Enquanto a psoríase é uma resposta autoimune que acelera o ciclo de renovação celular da pele, o eczema está relacionado a reações alérgicas e sensibilidade cutânea”, explica.

As diferenças também são perceptíveis nas lesões. As da psoríase são mais espessas, secas e bem delimitadas, enquanto o eczema pode apresentar vermelhidão difusa, bolhas e secreção.

O agravamento da condição pode ocorrer por meio de traumas cutâneos, irritações na pele, infecções e uso de alguns medicamentos. Outras formas graves da doença também podem estar associadas à pressão arterial alta e obesidade.

Entre as complicações mais conhecidas está a artrite psoriásica, inflamação que afeta tendões, articulações e a coluna, provocando dores intensas e limitação de movimentos, além de desencadear inflamações oculares, como a uveíte que se não tratada pode levar à perda da visão.

Embora não tenha cura, o tratamento oferece qualidade de vida, controle de crises e períodos de remissão. Sua indicação dependerá do desenvolvimento da doença, com a recomendação de pomadas, gel e cremes tópicos, fototerapia, medicamentos orais e imunobiológicos, os quais fazem parte da lista de produtos de alto custo fornecidos pelo governo.

“O acompanhamento multidisciplinar é muito importante, pois muitos pacientes enfrentam preconceito e acabam se isolando. Esse comportamento pode levar à depressão, ganho de peso e piora do quadro clínico. Conscientizar a população de que a psoríase não é contagiosa é fundamental para quebrar barreiras e promover empatia”, reforça o dermatologista Antonio Lui.

O Hospital Santa Casa de Mauá está localizado na Avenida Dom José Gaspar, 1.374 – Vila Assis – Mauá – tel. (11) 2198-8300.  https://santacasamaua.org.br/

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