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O artista plástico e escultor Rodrigo Camacho conta sua vida

O artista plástico e escultor Rodrigo Camacho conta sua vida

“Meu nome é Rodrigo Gonçalves Camacho, nascido em 16/04/1979, tenho 43 anos, brasileiro com muito orgulho e inicio este texto para explanar um pouco da minha história e mostrar que o Brasil também é muito rico em cultura e arte.

Comecei estudando num colégio particular no Rio de Janeiro, minha mãe era costureira e meu pai gari. Eles pagavam a escola, que era cara, para mim e para meu irmão, mas não sobrava dinheiro para podermos lanchar. Então comecei catando latinha para poder comer no colégio.

Após esse período, realizei um curso de elétrica e consegui um estágio no hotel Othon Palace em Copacabana e depois na Petroflex, um emprego temporário de um ano.
Aprendi a ser gesseiro e iniciei rebaixando tetos de casas com gesso.

Meu pai, como gari, para auxiliar o sustendo de casa, vendia pipas e eu o ajudava nas vendas aos finais de semanas em algumas praças próximas à nossa residência.

Nesta fase, realizei um curso de som automotivo, o que me possibilitou abrir minha loja própria de som, perdurando por 7 anos. Infelizmente aconteceram problemas societários e fui obrigado a fechar. Com isso, retornei a limpeza de faróis automotivos nas ruas, comprei uma moto simples para realizar os serviços em domicílio e também tocava na banda da igreja evangélica.

Retornei às ruas tocando em bares e restaurantes para auxiliar nas contas de casa, o que durou cerca de um ano.

Abri uma loja de roupa que também não deu certo e decidi associar-me a um amigo tatuador, transformando assim o negócio inicial de confecção em um studio de tatuagens.

Logo após, pensando em expandir o empreendimento, o transformamos em um bar estilo pub que, após 2 anos,  também foi fechado, me obrigando novamente a retornar às ruas para trabalhar com pallets em decoração de bares, restaurantes, barbearias, estúdios de tatuagens etc.

O BOPE do Rio de Janeiro, à época tendo como sub comandante o Major Corbagio (hoje meu amigo pessoal), me convidou para fazer um trabalho com pallets nas paredes, bancos e outras dependências do batalhão.

Nesta oportunidade, ao entrar no “Caveirão” (veículo blindado utilizado pela PM-RJ para acessar locais dominados pelo crime organizado em comunidades cariocas.) e notar vários cartuchos de munição deflagrados espalhados pelo chão reluzindo como ouro, tive meu primeiro “insight artístico”.

Imediatamente decidi recolher aquele material feito de latão, que seria reciclado como lixo e  recebi permissão do comando e criei em uma semana minha primeira ”arte de trincheira” inspirada no símbolo do BOPE: “A vitória da inteligência e a vida sobre a morte”,

Aquela escultura tornou-se um monumento icônico, marcando para sempre a celebração dos 40 anos do Batalhão de Operações Especias e abrindo portas para o meu trabalho na elite da polícia de todo Brasil e do mundo.

Meu trabalho começou a ser reconhecido internacionalmente pois, desde 2022, quando criei uma obra gigante no SWAT CHALLENGE Emirados Arábes Unidos, recebi a medalha de Honra ao Mérito da Polícia de Dubai, diante de 72 equipes da elite da polícia de todo o mundo e desde então venho apresentando minha arte worldwide!

Trabalho com a “Arte de Trincheira” que surgiu em meados da 2ª Guerra Mundial. Os soldados passavam muito tempo confinados nas trincheiras e para se ocupar, desenhavam nos cartuchos de canhões.

Resolvi então adaptar os desenhos pequenos feitos em cartuchos grandes pelos soldados em desenhos grandes utilizando cartuchos pequenos.

Hoje em dia tenho trabalho em diversos batalhões do Exército, Polícias em geral, igrejas, academias, barbearias, estúdios de tatuagem, clubes de tiro etc.

Antigamente meu trabalho era muito criticado por utilizar material bélico reciclado mas com o tempo as pessoas compreenderam que a idéia da minha arte é transformar visualmente objetos militares que um dia foram letais em algo belo que traga uma mensagem de PAZ, TOLERÂNCIA e AMOR.

Meu slogan é FORÇA, ARTE e HONRA, uma singela homenagem ao lema das Polícias Militares: “Força e Honra”.”