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Valoroso depoimento pelo saudoso Willy Damasceno

Valoroso depoimento pelo saudoso Willy Damasceno

“Colunismo de hoje precisa ser essencialmente de utilidade pública”, segundo Willy

 Há 5 anos atrás o colunista Willy Damasceno escreveu no seu site www.cadernow.com.br o seguinte artigo:

Há mais de 40 anos atuo como colunista social e posso dizer que a essência do colunismo permanece o mesmo, a badalação, o que mudou e muda são as pessoas, o que é normal, e a tecnologia que agregou novidades ao modo como o trabalho é apresentado, de uns anos para cá cada vez mais voltado para a mídia digital. O portal do Caderno W é um bom exemplo.

Os desafios para o colunismo são inúmeros: atrair a atenção do leitor por meio de notícias inusitadas, com um olhar diferente sobre os assuntos e uma linguagem original. Para o colunismo social uma exigência a mais é a capacidade de relacionamento interpessoal apurada.

O colunista, além de”cultivar” boas fontes de informação, deve estabelecer uma relação amigável com editores e colegas de imprensa. O sucesso da coluna pode estar atrelado à rede de contatos, ou network, que o profissional angaria. Já participei de publicações impressas de circulação diária que é um desafio para todo jornalista.

Dar uma notícia em primeira mão é um dos grandes prazeres da profissão, mas, produzir uma boa edição vai além. É preciso uma apuração árdua e um trabalho em equipe envolvendo editores, fotógrafos, repórteres e diagramadores. O objetivo comum a todos os profissionais deve ser o de proporcionar ao leitor notícias claras e objetivas. A coluna social transformou-se num espelho padronizado, mantendo e estipulando seu próprio padrão de qualidade, servindo como marco, de referencial e guia para toda uma camada da sociedade, medindo os colunistas a importância dos fatos publicados na coluna em relação ao restante da edição.

A credibilidade é o único bem do jornalista. É difícil conquistá-la, muito difícil. Perdê-la é fácil. Se para os profissionais das editorias o ditado que reza é: “amigos – amigos, negócio à parte”, para os colunistas ter um “ombro hermano” é garantia de boas notinhas.

Desde os tempos de Ibrahim Sued, que muito me inspirou no início de carreira, era notório o companheirismo existente entre colunista social e fonte de informação. Não basta para o colunista dispor de boas fontes e em grande número. É necessário cuidar bem delas.

Para ser colunável é preciso fazer coisas que tenham impacto na vida de um grande número de pessoas. E posso afirmar que, na sociedade brasileira, em que todos nos tornamos potencialmente celebridades, vem se desenhando um novo panteão nacional: ao lado de heróis típicos do passado, como revolucionários, políticos, empresários, esportistas e artistas, vem emergindo outra constelação de astros constituídos por apresentadores de televisão, modelos e personagens freqüentes das colunas sociais.

Fidelizar leitores deve ser um objetivo constante entre os profissionais dedicados ao colunismo social. É necessário que suas seções agradem a um público que está longe da homogeneidade. O colunismo hoje tem que ser essencialmente isso [utilidade pública].

Dando aquelas cutucadinhas, mas mostrando o que está certo e o que está errado. É uma maneira da gente poder se expressar e indiretamente dar uma cutucada em quem tem que dar. Antigamente você só via nas colunas, notícias sociais, notícias bonitas, mas hoje, até serviço de utilidade a coluna traz.

O caminho percorrido pelo colunismo social até agora, deixa evidente que o gênero tem valor noticioso e é hoje uma “mina” importante de informações para leitores que, por meio das coluna , podem tornar-se cidadãos conscientes e críticos sobre os acontecimentos ao seu redor.

NOTA:

O colunista social Willy Damasceno, 71 anos, faleceu dia 22 de agosto de 2021, por volta das 6h. Ele estava na chácara onde morava, em Mogi das Cruzes, quando teve um infarto fulminante.

Cearense de Quixeramobim, o colunista social veio para Mogi em 1975 e atuou em O Diário, bem como em outros jornais da cidade.